A lesão muscular é a maior queixa dos pacientes em consultas ortopédicas. Estima-se que de 30% a 50% de todas as lesões associadas ao esporte são causadas por lesões musculares. Uma aparente simples lesão muscular pode afastar um atleta dos treinamentos e competições, gerando prejuízo psicológico no atleta e na equipe.
O sintoma mais evidente da lesão é a dor que surge como o primeiro sinal e tende a diminuir com o passar do tempo. Pode ocorrer espontaneamente, à palpação do local, à contração ou ao alongamento da musculatura afetada. As lesões musculares podem ser causadas por contusões, estiramentos ou lacerações. As alterações biológicas que ocorrem na musculatura após uma lesão seguem sempre um mesmo padrão, independentemente do tipo de lesão sofrida.
Entenda o que ocorre imediatamente no local da lesão muscular
Imediatamente após a lesão, ocorrem alterações biológicas que podem ser divididas em três fases do processo. Essas fases se sobrepõem e estão intimamente relacionadas.
Destruição Caracterizada pela ruptura e posterior necrose (morte da células) das miofibrilas — finíssimas fibras contráteis localizadas na célula muscular. Ocorre formação do hematoma e proliferação de células inflamatórias.
Reparo e remodelação Consiste na fagocitose (ingestão e destruição) do tecido necrótico, reparo das miofibrilas e na produção concomitante do tecido cicatricial conectivo, assim como a formação de novos vasos.
Remodelação Período de maturação (ganho de estrutura) das miofibrilas, de contração e de reorganização do tecido cicatricial; e da recuperação da capacidade funcional muscular.
Em relação à cicatriz, devo me preocupar?
Com o tempo, a cicatriz formada diminui de tamanho, levando as bordas da lesão a uma aderência maior. Aproximadamente 10 dias após o trauma, a maturação da cicatriz atinge um ponto em que não é mais o local mais frágil da lesão muscular.
As lesões do músculo podem se reparar sem a formação de tecido cicatricial que incapacite o músculo de funcionar perfeitamente. Mas há casos em que a proliferação de tecido é excessiva, resultando na formação de tecido cicatricial denso. Nesses casos, que ocorrem geralmente em traumas musculares graves ou rerrupturas, a cicatriz pode criar uma barreira mecânica que atrasa e restringe completamente o reparo.
Tem sido demonstrado que a capacidade de reparo do músculo em resposta à lesão é menor com o envelhecimento.
*Colaboração da fisioterapeuta Doutora em Ciências da Saúde pela UNIFESP, Dra. Renata Luri e da fisioterapeuta pela UNIFESP, Dra. Bruna Barreto.
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