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O que você deveria saber sobre as mudanças que a gravidez traz ao corpo

Atualizado: 26 de jul. de 2021


mudanças do corpo na gestação

A gravidez é um período de mudanças e alterações no corpo da mulher, incluindo mudanças hormonais, biomecânicas e fisiológicas que influenciam diretamente o andamento de cada trimestre gestacional.


Gestar não é adoecer, mas é preciso reconhecer as mudanças que ocorrem e entender que há disfunções frequentes em gestantes como: edema, incontinência urinária, diástase abdominal, lombalgia e pubalgia. Por isso, é de suma importância que a gestante tenha orientação e acompanhamento especializados durante o período gestacional.


Algumas mudanças se refletem ao longo da gestação e são aparentes e perceptíveis aos olhos de terceiros como melasmas na pele e cabelos sempre cheios e sedosos, o aumento do peso, que pode ficar 20 vezes maior que o original, as mamas incham e podem triplicar o volume inicial.


Com a mudança de peso, há o deslocamento do centro da gravidade para frente que pode levar a anteriorização da pelve e aumento da lordose lombar, sendo frequente a presença de lombalgias, lombociatalgias e pubalgias.


Para se ter ideia, estudos mostram que cerca de 50% das gestantes apresentam quadro de dor na região lombar e 20% das mulheres permanecem com sintomas de dor na coluna até três anos após a gestação. Quando você olha uma grávida caminhando, é possível observar que há um aumento da base de apoio —geralmente ela caminha com os pés afastados e rodados para fora, para melhorar o equilíbrio do corpo em pé.


Alterações hormonais

Aumento do estrogênio que atua no aumento do tamanho do útero e dos ductos mamários, e tem efeito antidiurético, sendo um dos responsáveis pela retenção hídrica e edema durante a gestação.


Aumento da relaxina, que atua nas fibras de colágeno provocando frouxidão ligamentar principalmente na região pélvica, facilitando a abertura da pelve para o crescimento e a passagem do bebê durante o trabalho de parto.


Pensando em uma gestação mais leve e saudável, o trabalho da fisioterapia visa prevenir e preparar o corpo da mulher para todas alterações e melhora da qualidade de vida tanto durante a gestação como também no período de puerpério (retorno do corpo ao período pré-gravídico).


Primeiro trimestre: os exercícios sob supervisão podem ser iniciados logo no primeiro trimestre gestacional, sempre mediante liberação médica. Neste período os exercícios recomendados são de baixa intensidade e trabalhados gradualmente, respeitando o tempo de descanso. É neste período que ocorrem as principais queixas de náuseas e dores na região lombar ou pélvica devido à ação hormonal.


Os exercícios perineais já são orientados no primeiro trimestre para o fortalecimento da região perineal prevenindo disfunções do assoalho pélvico e preparando o períneo para o trabalho de parto.


Segundo trimestre: neste período a gestante está mais disposta e é indicado trabalhar exercícios leves a moderados. Devido a ação hormonal da relaxina, há maior frouxidão ligamentar, portanto os músculos precisam trabalhar de forma constante como o suporte principal. Caso os músculos estejam fracos, há maior risco de gerar dores e lesões decorrentes da sobrecarga articular. Os exercícios têm por objetivo trabalhar a mobilização da região pélvica, alongamento e fortalecimento global —principalmente da musculatura do abdome, quadril, glúteo e membros inferiores que serão os responsáveis pela sustentação e estabilização.


Terceiro trimestre: já no último trimestre, os exercícios são focados na abertura da região pélvica, alongamento muscular, relaxamento do períneo, além de exercícios de respiração e meditação para preparação do trabalho de parto.


Exercícios aeróbios: Têm um papel importante durante o período gestacional, ajudam no aumento da capacidade respiratória, aumentam a circulação sanguínea, diminuindo o edema, ajudam no controle metabólico, regulam as taxas de glicose no sangue, favorecem o controle do peso e previnem complicações materno-fetais. Os exercícios do tipo aeróbico devem ter intensidade leve a moderada, sem a liberação de substâncias prejudiciais ao desenvolvimento do feto/embrião, nem liberação de substâncias vasoativas, capazes de desencadear quadros vasomotores, hipertensão arterial e insuficiência placentária. As atividades indicadas são caminhadas ou hidroginástica.


É contraindicado exercícios de alto impacto como as corridas. Tanto para tentantes quanto para gestantes, é de suma importância o papel do exercício físico para prevenir e preparar o corpo para essas alterações tanto do corpo quanto do estado emocional e psicológico. Caso já pratique uma atividade física, você pode mantê-la mediante liberação médica durante sua gestação. Opte por atividades que sinta prazer em realizar e que beneficie você e seu bebê por completo!


*Colaboração de Juliana Satake, fisioterapeuta especializada em saúde da mulher pela Unicamp; Angela May, fisioterapeuta especializada em saúde da mulher pela Unicamp e Renata Luri, fisioterapeuta doutorada pela Unifesp.


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